a performance como o corpo visível

[sucesso] estudo para o fracasso nasceu do desejo de investigar a mecânica do corpo na sua relação com as roupas-objetos e, especialmente, de clarear os parâmetros de operação na relação corpo <> objeto vestível que a artista residente Carolina Sudati vinha explorando. Essas roupas-objetos encontram a sua materialidade no impulso-ímpeto do encontro de uma emaranhada nuvem de ideias com a espacialidade.

O segundo delirio sonhado do projeto era observar os meios de produção em um processo de auto-gestão para artístas independentes em uma busca quase compulsiva por organizar para realizar. Mapear todas as necessidades e delas criar uma ferramenta que pudesse ser compartilhada.

No caminhar da residência as parcerias se aprofundaram em co-autorias: Leo Ceolin, Mayra Azzi e Zé Barichello.

O projeto de performance-instalação desdobrou-se em um projeto de ações combinadas:

• [sucesso] estudo para o fracasso aconteceu como primeiros experimentos performáticos na passarela da Casa das Caldeiras e também no Sesc Palladium em belo Horizonte onde a experiência de um contato com o espaço altera o outro;

• Experimento Fogo 1 - também performance-instalação onde realizada nos túneis da Casa das Caldeiras onde Leo Ceolin opera uma placa de aço carbono submetendo-a ao contato com o fogo em sua ação escultórica.

• e #plat ou plataforma - o compartilhamento de uma ferramenta de gestão transformou-se em um jantar. Partindo do colapso do controle, é a primeira iniciativa de abrir espaço ao diálogo sobre os cuidados e a importância da ética+atenção aos afetos em períodos de desafios estruturais. O jantar foi realizado em parceria com Tiago Cardoso e Karina Saccomano Ferreira.

Seguimos no cruzamento das ações motivados pelos colapsos das materialidades como a pulsão vital que nos mostra o caminho para transmutar. O fracasso como um aliado no apontamento de direções. O sucesso como um devir.

Transformar as relações corpo - pensar - agir/ocupar as espacialidades ou, mais ainda, tomar consciência das mutações. Estamos movidos também por esse sonhar da aproximação ou da confiança da possibilidade da operação consciente das energias. Percebemos que estamos sendo movidos por um encontro onde a performance é uma espécie de ponta visível do iceberg. É a parte visível e compartilhável no espaço-tempo onde nos encontramos no percurso criativo.