Casa das Caldeiras

Casa das Caldeiras um patrimônio cultural que oferece eventos diferenciados.

arte,
território,
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e agora pessoas.

Diário do Manual #35

... o que nos une

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Oct 10, Wednesday

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Kakaeka

Diário do Manual #35

O que nos une tem muita força e muita sutileza
 
A nossa humanidade está presente na forma como nos relacionamos uns com os outros e na forma como agimos para compreender as questões da natureza humana.
 
Passamos a nossa vida em um constante movimento, em busca de entender o mundo.
 
Mas como expressamos os nossos anseios, crenças, desejos, sonhos e tudo aquilo o que pensamos? Como convidamos outra pessoa para refletir sobre aquilo que nos afeta ou sobre aquilo que afetamos?
 
Convencionalmente nos comunicamos pela fala, criamos idiomas, línguas, emojis, siglas, expressões, gírias, nos expressamos por meio da linguagem. Mas para além da linguagem formal, cartesiana e usual, possuímos outras formas de nos comunicar que podem revelar coisas que a fala não dá conta.
 
Acredite na enorme capacidade que cada um tem para se expressar, a partir daquilo que é mais subjetivo e profundo. Algo que está além da comunicação não usada no nosso cotidiano.
 
O corpo diz, as expressões revelam, o jeito de andar, de falar, de se vestir… tudo comunica.
 
Por isso, quando o uso das palavras corre o risco de não dar conta da profundidade que buscamos para compreender as nossas questões mais íntimas, quando queremos nos conectar através do sentir, provocar e inspirar, podemos recorrer a ARTE. Afinal, todo ser humano é capaz de se utilizar da arte para dialogar com o meio em que vive.
 
A arte, muitas vezes, dá conta de dizer o que as palavras não conseguem, a arte pode revelar o invisível. Onde não cabe mais a palavra falada, a arte faz caber: as cores, o corpo, os cheiros, o som, o sentir, inspirar e expirar, o movimento, o grandioso, a pequenez, a força, o que é frágil,... Nos unimos por um “idioma comum” pela arte. Tod@s são convidados a compartilhar e se expressar por meio da arte.
 
Você sabia que desde os primórdios da humanidade, a arte esteve presente nas nossas vidas? Quem se lembra das pinturas nas cavernas? Quando o homem ainda não tinha domínio completo da linguagem e da escrita, ele se expressava através da arte e isso foi muito importante para o desenvolvimento da humanidade.

Era através da arte que o homem pré-histórico era capaz de transmitir informações entre si, construir uma narrativa e conectar-se com o invisível, com o tempo, garantindo a sua sobrevivência. E era assim que ele construía vínculos afetivos e sociais.
 
Portanto, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a arte não é algo destinado e reservado apenas à poucas pessoas escolhidas, pessoas que possuem um "dom". A arte é uma capacidade genuinamente humana. Você ser humano, já é artista. Seja por meio da contemplação, seja criando e ressignificando o mundo a sua volta, ou mesmo, interpretando sua própria natureza, construindo formas de existir no mundo, no seu tempo.
 
A arte e a cultura têm sido formas potentes de linguagem que dão conta da nossa subjetividade e nos conectam mais profundamente. O gesto, o traço, a poesia, a forma, o corpo, a expressão, o sabor, …. um tecido invisível que sutilmente tece ligações entre nós habitantes desta terra mãe.
 
Do Oiapoque ao Chuí, de Norte a Sul, independentemente de cor, etnia, credo ou orientação sexual..., a linguagem da arte nos coloca conectados como um corpo só, de um jeito que todo mundo entende. Somos um organismo vivo onde tudo importa e nada fica de fora.
 
A arte deveria ser uma necessidade de expressão do ser humano, ou até mesmo um fruto da relação do homem com o mundo em que vive.
 
"Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão; é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).
 
Então, porque não se apropriar e também fazer uso da arte nos tempos atuais, compartilhando, trocando… utilizar a arte como forma de se conectar, se comunicar e se unir, para juntos construirmos novas formas de existir.
 
Afinal, como diz o poeta Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta”.

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