Quantos aprendizados! Quão profundas e inspiradoras foram as coisas (palavras, desenhos, sensações, gestos, histórias, afetos) que a gente colheu nos dois dias de Exposição Final do projeto Manual da Família, que aconteceu no começo de agosto! 

Em dois dias de ações especiais, realizamos o encerramento de um ciclo do Manual da Família – A Arte de Educar no Século XXI, que se deu através de uma Mostra - Viva na Casa das Caldeiras, onde a interação do público era parte importante do conteúdo produzido.

O Domingo (dia 06 de agosto) e a Segunda-feira (dia 07 de agosto) foram os dias escolhidos para transformar o espaço da Casa das Caldeiras em uma enorme casa, um lugar de acolhimento, um lugar de proteção e de trocas, como acontece nas vivências realizadas pelo projeto Manual da Família. Cada espaço da Casa das Caldeiras foi
pensado para traduzir e promover alguma experiência significativa, como numa colcha de retalhos, a soma de cada experiência, em cada espaço, poderia então construir um entendimento do todo.

Assim foi a forma que a equipe do Manual da Família encontrou para apresentar o resultado de toda pesquisa e todas ações realizados nos últimos 11 meses, nos quais encontramos famílias e profissionais que trabalham com famílias, frequentamos diferentes
territórios, propondo vivências customizadas que inspirassem transformações para alcançar o simples, o essencial e que atuassem nos detalhes do cotidiano!

A nossa equipe trabalha muito, coloca amor e intenção em tudo que faz. Se doa mesmo! Mas nada disso importaria se, no contato com o outro, nas relações, nas práticas e atividades, não colhessemos nada, se não houvesse trocas, se não co-criassemos os espaços onde convivemos, com as pessoas, com as famílias.

Nenhum conhecimento, conceito, técnica ou método supera o contato humano, e todo o aprendizado que surge a partir deste contato. Por isso, a essência do nosso trabalho está em aprender e colher com muita sensibilidade na relação e interação com as pessoas e com as famílias que participam das nossas vivências. É no fazer que construímos reflexões e experiências, ampliando o potencial que encontramos para vir a ser uma fagulha transformadora.

Em qual grau, em que intensidade, isto sempre vai depender de cada pessoa que interage conosco. Mas tivemos a felicidade de encontrar pessoas muito abertas e dispostas a participar destes momentos com trocas verdadeiras! 

Uma menina que estava na Sala do Diário do Manual (sala reservada para que as pessoas expressassem da maneira como quisessem, seus aprendizados) depois de muito pensar, respeitar seu próprio tempo, escreveu e desenhou - "Eu aprendi que a vida não pode ser assim!"

Um outro menino, de aproximadamente 9 anos, na sala da Primeira Infância, escreveu uma carta para ele poder abrir quando tivesse 19 anos: - "Lembrar de ser feliz"

Uma senhora, no auge de seus 81 anos, quis dar o seu depoimento: "A gente nunca envelhece e a vida é maravilhosa! É só saber vivê-la! Viver a vida e não deixar a vida viver a gente!" 

Estas crianças e estas famílias nos ensinam diariamente suas lógicas de vida. Percebemos muita riqueza e sabedoria, presentes nos detalhes cotidianos. Tudo é troca e tudo é transformação!